quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Giving Life For Love - Sinopse



Sinopse:
"Estou na colheita de mão dada com minha amigas quando aquela mulher mexe nos papeis com os nossos nomes como se fossem, só papeis ! E este ano ainda vai ser pior, não são apenas 24 jogadores, mas sim 48. De repente a mulher escolhe uma rapariga, rezo mentalmente para que não seja eu, a rapariga mostra se forte e vai em direcção àquela aberração. A mulher tira o segundo papel das raparigas, abre-o lentamente e diz com a sua voz aguda: 
Megan Payne" 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Street Girl de:Fernanda Santos - Pedido de Capa

Ola :) Eu tive algumas dificuldades em fazer o que querias... espero que assim esteja suficiente! Espero que gostes! Beijo

Fiz 2, talvez uma te agrade mais e esteja mais aos teus parametros!




sábado, 1 de agosto de 2015

Instável - Capitulo 2


Estou completamente paralisada, nenhum de meus músculos se move, noto que não estava respirando quando dou uma inspiração tão forte que um som fino sai de minha boca.
Tento manter a calma respirando fundo varias vezes, muito devagar, para não fazer um som.
- Estamos fechados.- Falo ainda de costas para a figura ainda um pouco longe de meu ouvido.
- Não querida… ainda tem 5 minutos para trabalhar. Eu gostaria desse cupcake aí.- A voz diz. E então vejo seu dedo entrar no meu campo de visão, este aponta para o pequeno cupcake de chocolate com cobertura vermelho vivo.
Depois de colocar meus pés no chão estou aterrorizada. Não me quero virar, não me quero virar. Tento ganhar tempo e deslizo a pequena janelinha, tiro o bolinho, coloco no prato e finalmente rodo meu corpo.
- Aqui está.- Falo olhando o chão. Pouso o prato no balcão onde ele, pela minha visão periférica, está sentado a sua frente.
- Obrigado princesa.- Fala ao que parece sorrindo. Segue se uma longa pausa.- Não vai olhar para mim?- Noto no tom de piada na sua voz.- Ontem parecia que não queria parar de olhar e agora se recusa.- Sinto a raiva se espalhar no meu peito. Por alguma razão o seu tom de gozo está pondo os meus nervos em franja. E num momento de coragem, de movimento dirigido por raiva eu olho para o homem a minha frente.
Um grito quase escapa da minha garganta mas o contenho. Ele é assustador, ele é malicioso, ele é … deslumbrante. Não veste mais um casaco preto, desta vez veste uma camisola justa em “v” branca. Como deve ter vindo à chuva nesse caminho inteiro propositado apenas pela minha pessoa, sua camisola está bem colada ao seu corpo. O seu corpo tao bem definido. Consigo ver o seu braço escurecer à medida que minha visão desce ate pararem em seus dedos que estão cruzados. Tatuagens, várias tatuagens enchendo seus braços.
Por ultimo, olho para o seu rosto… meu deus seu rosto… agora bem iluminado consigo ver a beleza que dele emana. Vejo neste momento que seus olhos não são negros mas que contem uma cor de avelã quase impercetível. A pele pálida faz realçar os seus lábios, cheios e rosados, tao perfeitos que parecem ser um feito de escultor. Seu cabelo é escuro por estar molhado e cola na sua testa.
- Gostando do que vê? – Sua voz me faz acordar. Abano a cabeça enquanto meu pequeno resto de raiva e coragem desaparece dando lugar ao medo que se expande pelo meu corpo inteiro sem intenção de sair.
Fixo meus olhos nos seus que já há muito me olham. Não sei quanto tempo ficamos assim, tentando perceber o que cada um esta pensando, tentando nos conhecer através do olhar, tentando percecionar qual será o próximo movimento um do outro.
Desvio o olhar quando o mesmo sorriso malicioso na noite passada aparece no seu rosto. Reparo que seus olhos me analisam, baixando e subindo o seu olhar intimidante pelo meu corpo. Seus dentes agarram a carne do lábio inferior. – É que eu estou.- Por alguma razão sinto minhas bochechas queimarem e por isso estou gritando em pensamento comigo mesma. Zangada com meu coração tímido e desesperado por aceitação masculina.
Sinto minha boca secar aos poucos, sinto os meus lábios ficarem enrugados e esfolados. Minhas têmporas se mexem conforme o batimento de meu coração. O medo inunda me, podia ser um cliente qualquer mas… de alguma forma estranha ele não o é. É um homem assustador, um homem cujo pensamento consigo ler. Ele quer aterrorizar me, sugar a alma de meu corpo, me fazer miserável.
- O que você quer de mim? – Pergunto. Minha voz treme denunciando o medo que me enche completamente.
Seus olhos encaram os meus, seu rosto serio como se tivesse dito algo que não devia me faz sentir culpada e envergonhada sem razão. Minha cabeça baixa no mesmo instante em que o seu olhar repreendedor me atinge.
- Porquê? Não esta gostando da companhia? – Pergunta agora irritado. Boa, agora o ofendi, ele vai matar-me.
Continuo imóvel, o medo me paralisa. Imploro mentalmente para que sua figura desapareça e nunca mais volte. Ouço o levantar, o som do banco ranger enquanto seu corpo se põe em pé me faz dar um pulo tao grande que temo cair no chão. Mantenho-me no mesmo lugar mesmo sabendo que a cada segundo que passa ele esta mais perto de mim.
Sei que ele esta a minha frente, tao parado quanto eu, sinto seu cheiro masculino, sedutor e suave. Quase me deixo levar pelo seu perfume até sentir seu dedo no meu queixo, fazendo força para que meus olhos encarassem os seus. E é isso que acontece, logo meus olhos verdes se encontram com os seus que estão tao escuros que qualquer pessoa os confundia com negro.
- Tem algum problema com o facto de estar aqui? Quer que vá embora? – Fala com palavras calmas e lentas. A suavidade na sua voz faz meu coração bater mais forte, como se isso fosse possível. Quero dizer que sim, claro que há problema em ele estar aqui, claro que quero que vá embora mas aquele olhar, aquele olhar desiludido e voz triste e pedinte tem algum efeito em mim.
Algo se intromete entre meu medo. Tudo na sua expressão parece sincero, ele quer mais, mais de mim, acho eu. Sua cabeça baixa encarando o chão mostra a sua tristeza. Num movimento de muita lentidão ele olha para mim, de olhos brilhantes.- Eu não quero ir embora. Queria ficar aqui, falando com você.- Um pequeno sorriso se forma, ele esta envergonhado?
- E… eu tenho que ir para casa.- Seu sorriso desvanece, sua expressão deu lugar a raiva pura.- Não é que não queira estar com você… é que… estou muito cansada...- As palavras que saem da minha boca soam inexplicavelmente normais e firmes. Como se eu estivesse falando com um amigo de longa data, mas em vez disso estou falando com um homem que não conheço que, tanto me assusta como me derrete o coração. E outra vez, seu rosto se acalma e seus ombros largos baixam num suspiro aliviado. Ele é muito instável.
Suas mãos baixadas avançam sobre mim. Sinto seus dedos grossos agarrarem minha cintura, nem muito forte nem muito fraco. Os carinhos de seu polegar fazem minha pele arrepiar por completo, tento conter um suspiro mas é tarde demais. Vejo um sorriso de satisfação estampado na sua face. O desconhecido dá um passo em frente juntando nossas testas. Ele olhando para baixo, eu olhando para cima. Meu peito contra o seu. Pernas bambas, cabeça latejando e barriga revirando com a sensação forte de suas mãos na minha cintura.
Deteto um batimento acelerado mas não consigo perceber se é o dele ou o meu, nossas respirações se misturam, são quentes e batem no meu pescoço entrando num caminho descendente que só para no meu ventre.
- Você ainda não me disse qual e o seu nome.- Ele sussurra bem perto de meus lábios que vibram com a gravidade de sua voz.- Apesar de eu já o saber.- O medo tenta esmurrar a jaula que fora fechada pelos sentimentos confusos que estou sentindo agora. Mas não consegue porque eu não o permito, fechando-o la de novo.
- Grace. E o seu? – O som que sai de minha boca sai demasiado aguda denunciando meu nervosismo com uma pitada de entusiasmo.
- Justin.

terça-feira, 28 de julho de 2015

O Vulto - Capitulo 1

 
    - Não vê que seu tempo esta acabando? - Grita mais uma vez. Seu braço aperta o meu com tanta força que quando o larga sua mão fica marcada na minha pele. Abano com a cabeça mas na realidade não entendo. Só não quero o seu toque violento mais uma vez. Por hoje chega. E ainda me sinto feliz por só ter a sua presença amanhã.
Isso só torna a situação mais triste.
Suspiro baixo enquanto vejo sua figura elegante sair pelo quarto. Não faria muito barulho, isso poderia fazê lo se relembrar de mim e aí o sofrimento voltaria. No final acabo deitada no chão, com as coxas prensando minha barriga que implora por alimento. Abro minha mão e escondo minha cara com vergonha de mim mesma. A raiva parece querer sair pelo meu peito, sinto minha cara queimar.
Na minha conta se passavam cinco meses desde que estou aqui fechada. Claro que as contas não são exatas visto que não vejo um relógio à tempos e tempos, mas prefiro não saber porque se meu corpo soubesse apercebia se que já estava morto de desidratação, fome, violência.
Exaustão. É essa a palavra certa para o meu estado. Meu braço dói, minhas pernas tremem, meu coração cada vez se desmancha mais, meu corpo se vai deteriorando como a um defunto. E, sem tirar ou acrescentar, é isso que sou, apenas penso, mas continuo um objeto nas suas mãos. Todos os dias, um objeto, jogado, partido, remendado, jogado, partido e remendado de novo. Foi um caminho que eu não escolhi, que se conseguisse voltar atrás não o faria. Se não o tivesse feito não me tinha apaixonado por um ninfomaníaco desprezível, desumano, criminoso, violento que me tornou num monstro, que me moldou a sua imagem, que me faz odiar a pessoa que sou mais do que qualquer pessoa e neste momento, muitas pessoas me odeiam.
Mas eu não queria ser esta pessoa, fui forçada a ser esta criatura que já não posso chamar de Grace. Não sou mais aquela rapariga inocente, que sonha com contos e fadas, uma cega apaixonada pelo amor. Virei o contrário.
Amor? É um sofrimento que se prolonga dia a dia, mês a mês, ano a ano até que finalmente, depois de se esquecer um amor aparece outro ao virar na esquina, e o pesadelo continua.
Se estou apaixonada por aquele abusador? Estou sim. Sabe se lá porque continua este amor sem limites. Mas nem sempre sofri, houve alturas que a nossa paixão, a nossa faísca eram palpáveis. Uns tempos em que senti que meu amor estava a ser correspondido, em que senti que alguém me dava valor e não simplesmente brincava com meus sentimentos.

5 Meses atrás
Raios de sol começam a entrar pelas frinchas da janela. Meus olhos queimam ao início mas logo se habituam e a sensação passa de desconfortável a reconfortante. Estou deitada na grande cama que partilho com meu irmão, Harry. O calor do sol começa a ser demasiado o que me faz atirar com aqueles lençóis para trás. Quando ouço o resmungar de Harry levo meus olhos aos seus que me estão observando com muito esforço. Seus caracóis estão espalhados pela almofada e como acaba de acordar, sua pele esta mais pálida o que me permite reparar mais nos grandes sacos escuros por baixo de seus olhos cor de esmeralda. Coitado, todos os meses arranjando um lugar novo para passar a noite, para que não nos encontrem, a pressão de ter que cuidar da irmã mais nova e ao mesmo tempo ter que ganhar dinheiro para nos sustentar deve acabar com o seu corpo aparentemente forte mas frágil de exaustão.
- Bom dia.- Diz ele forçando o sorriso. Sua voz esta mais rouca que o habitual. Ele abre a boca suspirando e se senta na cama tentando forçar sua visão pela janela através da luz que cega vinda do sol. O seu rosto que aparenta estar feliz, motivado ate, mostra o seu cansaço disfarçado quando seus os olhos caem em mim.- Temos mesmo que ir? – Pergunta sabendo muito bem qual a resposta. Penso no início que aquilo é apenas uma piada mas pela seriedade de sua face concluo que a pergunta de piada não tem nada.
- Você sabe que tem que ser Harry. – Falo tocando seu ombro.- Não podemos ser preguiçosos, há que trabalhar para sobreviver certo? – Falo o que sempre falo, já memorizado. Ele sabe que essa e a resposta num entanto parece que tem que o ouvir, todas as manhas para ter força para continuar e aguentar o dia inteiro.
Mas hoje é diferente. Ele não me da um sorriso como resposta, em vez disso, vejo seus olhos ficarem vermelhos e lacrimejando.
- Pronto… Eu ligo para o escritório e digo que você esta doente… vou ter é que ficar mais umas horas no café…
- Mas Grace…
- Nem mas nem meio mas! Está decidido, hoje e o seu dia de folga sim? – Ele parece ter um conflito consigo mesmo mas seu corpo acaba por relaxar e sua cabeça assentindo.
- É só desta vez… Mas eu prometo que vou compensar você! – Fala me dando um beijo na testa.
- Combinado.- Sussurro antes de me levantar e me dirigir ao banheiro. Quando me encontro debaixo do chuveiro dou um suspiro alto. Aquele momento de humildade em frente a meu irmão acaba de se esgotar. Ambos trabalhamos, ambos chegamos exaustos a casa, ambos lutamos para que consigamos por comida na mesa e ter uma cama onde dormir. Então porque e que ele merece um dia de descanso e eu não?
Estamos na mesma situação, estamos ambos cansados de trabalhar, de novas cidades, de novas pessoas, de novos sítios, de fugir.
Quero parar. Quero assentar. Quero finalmente algo que possa chamar de meu, quero amar, quero um emprego fixo, quero criar uma vida, quero uma família, filhos, netos, amor!
Mas então, a compaixão e o amor que sinto pelo meu irmão vem a tona e sorrio ao perceber que o que fiz, que mesmo que requeira mais esforço, foi uma boa ação.
E sei que ele faria o mesmo por mim mesmo sabendo que eu nunca deixaria de trabalhar por um dia. O saber que mais 5 minutos da cama me faz perder dinheiro me faz sentir culpada, então imagino se perdesse horas e horas de trabalho que equivalem a comida e a razoavelmente boa vida que eu e ele vivemos.
Por isso quando eu saio do banheiro já pronta e o ouço ressonar, o deixo dormir, ligo para o seu trabalho e saio de casa, não antes de beijar seus caracóis. Meu caminho ate ao café demora pelo menos 15 minutos a pé e Harry é o único que sabe conduzir por isso a minha obrigação e andar ate la. Mas não me oponho, o dia agradável e boa disposição, deixa me com mais vontade de apreciar o que me rodeia do que se fosse de carro.
Quando vejo a grande placa azul bebe do café de Mary sorrio. Mais um dia de trabalho, mais um dia para acrescentar aos outros dias solitários e cansativos. Empurro a porta ouvindo a pequena sineta tilintar, ao início o barulho fazia me dar em maluca… agora tenho que fazer um esforço para a ouvir.
- Bom dia Mary.- Falo sorrindo ao ver uns caracóis de uma mistura de cinzento com branco espreitarem pelo balcão.
Suas costas endireitam se com dificuldade, então vejo sua cara enrugada mas sempre com um sorriso radiante.
- Bom dia querida. Pronta para abrir? – Fala andando tao apressada que quando passa por mim para deixar alguns menus pela mesa sinto meu cabelo acompanhar seu caminho. Aperto meu avental azul à cintura com o nome “Mary’s” gravado em branco. Assinto com a cabeça e me preparo para receber os clientes que sempre chegam as 7 em ponto.
O dia passa a correr. Deixo-me ficar mais horas das que costumo ficar e por isso Mary me dá a chave para fechar tudo quando sair.
Estou com os olhos postos no relógio, são 11:55 p.m. e ninguém aparece há mais de meia hora. Meu olhar dirige se à janela à direita da porta. A noite esta mais escura do que o habitual, chove e sei que a qualquer momento começará a trovejar. Concluo então que vou fechar a loja quando o primeiro clarão invade o café e faz as luzes falhar por um milésimo de segundo. E aí o vejo. Do outro lado do café, um vulto preto me observa, como um vigilante, como se eu fosse um animal num zoo. Meu corpo que estava com um leve frio começa a aquecer. Meu sangue corre mais rápido, meu coração acelera, minha cabeça é inundada com mensagens que me dizem para fugir, minhas pernas tremem e minhas mãos estão encharcadas de suor. Os meus olhos fixos no chão, completamente aterrorizada, decidem ganhar coragem para enfrentar o vulto. E é aí, quando meus olhos o encaram, que o segundo clarão se dá e eu o vejo. O vejo na realidade, vestindo um casaco de um fino tecido preto. A única parte de carne que vejo e o seu rosto. E essa e a única parte que desejava não poder ver.
Uns olhos que mesmo de longa distancia, consigo perceber que são mais pretos que a noite. Sua pele limpa com pequenas gotas escorrendo apressadas de sua testa ate seu queixo levando seu caminho ate ao chão. O sorriso é o pior. Não é um sorriso meigo como o sorriso de Mary, não é um sorriso forçado como os de Harry quando me tenta reconfortar mesmo estando a sofrer, é um sorriso genuíno cheio, completamente cheio de más intenções, de maldade. Um sorriso psicopata, malicioso, um sorriso que qualquer pessoa que ame matar por prazer deve ter antes de atacar sua vítima.
- Vai embora.- Sussurro. Não sei se para mim ou para o homem apesar de saber que o estou olhando nos olhos mesmo através da escuridão. E quando penso que estou quase a correr para a porta e tranca la ou fugir por ela sem que ele me apanhasse o terceiro flash se dá. Seu corpo de aparência de sombra desaparece. Por momentos penso que ele se esta a dirigir à porta mas apos segundos torturantes de imobilidade decido que esse homem viu que eu não valia a pena matar, decidiu que eu não merecia, ou então simplesmente decidiu que o dia, não era hoje.
Abro minha mão bem aberta com dificuldade, só agora percebo que as apertava com tanta força que pareciam destreinadas na sua função de abrir.
Quando me dirijo à porta e levanto a mão para a abrir e reparo que esta treme. Mesmo que tente e que faça um esforço para me acalmar não a consigo abrir.
Sinto me aterrorizada, como nunca me tinha sentido, sinto que aquela figura vai estar lá quando abrir a porta. Olho em frente para a porta fechada como se olhasse através dela para o homem. Quando noto que meu corpo esta a andar de volta ao balcão concluo que não vou a lado nenhum, que simplesmente não tenho coragem o suficiente para enfrentar a noite. Pego em varias mantas e as coloco no lado de dentro do balcão, e me deito.
Minha mente vagueia na figura que me observava. Pergunto me pelas razoes, qual a razão de me assustar, qual a razão de não agir? Sou o sonho de um assassino: sozinha, com a porta aberta, sem testemunhas. Porque não agiu então?
Cada pelo de meu corpo se põe em pé quando a sua imagem, bem atrás de mim me passa pela cabeça. Tem calma Grace, a porta esta fechada a chave e se ele quisesse matar você, já teria feito. E é exatamente com esse pensamento, um restinho de alívio de segurança, que o sono consegue atacar no momento certo me fazendo adormecer.
Acordo com batidas incessantes na janela onde o episódio da sombra se passou. Me levanto num pulo suspirando alto e estalando as costas de seguida. Quando vejo Mary admirada com a minha cara desvio os olhos dos seus e destranco a porta.
- O que se passa querida? Parece que acordou agora.- Fala andando apressada ate ao balcão. Quando vê as mantas no chão me olha assustado.- Grace…
Eu a interrompo com um longo “Ahh”, sem saber se devo contar o que se passou ou simplesmente mentir. Mas se lhe contasse o que ela faria com a informação? O café tem que continuar aberto, o homem pode voltar a qualquer momento Mary não podia fazer nada quanto a isso.
- Viu essa tempestade Mary? Ainda tinha medo que algum trovão me acertasse! – Sua expressão preocupada passa a uma mistura de dúvida e carinho.
- Fez bem então. Não queria que acontecesse algo com você àquela hora e com aquele tempo.- Diz acabando a frase com um sorriso um pouco forçado. Assinto com a cabeça, amarro o cabelo descontrolado e me preparo para trabalhar mais um dia.
Como eu gostava de simplesmente ficar na cama o dia inteiro, aproveitando o calor dos cobertores, sentindo me bem por não estar la fora com o tempo infeliz que está. Isso me lembra… Harry! Pego imediatamente no celular, tenho dezenas de mensagens e chamadas que não atendi. Aperto o único numero que tenho na lista e espero para ouvir sua voz.
- Grace! Ah meu deus. Você esta bem? Aconteceu alguma coisa? Viu esse tempo? E você não chegava …
- Harry! – E de repente sua voz se cala.- Eu estou bem. Estava um tempo horrível e eu decidi ficar aqui ate de manha. Como foi seu dia de folga? – Faço a pergunta agora com mais calma e com mais carinho na voz na tentativa de desviar o assunto.
- E não se lembrou de avisar seu irmão? Você nunca se esquece dessas coisas Grace, o que aconteceu? – Pondero. Eu nunca menti a meu irmão, valeria a pena fazê-lo agora? Não valia a pena deixa-lo preocupado com o que pode muito bem ser um homem bêbado ou drogado procurando por bebida e, quando não viu, se foi. Concluo que a situação não e assim tão importante como me pareceu na minha cabeça.- Me desculpe, eu estava exausta e o tempo estava horrível. Acabei por ficar por aqui.- Dou um sorriso ao perceber que soou firme. Harry dá um suspiro e se despede de mim. Mantenho o sorriso na cara e me preparo para mais um dia. Este passa muito rápido, sexta-feira é sempre um dia cheio de trabalho e no seu final acabo com o meu corpo dorido mas, com mais dinheiro na caixa para levar para casa.
- Grace, hoje pode ficar ate mais tarde outra vez? – Assinto com um sorriso mas na minha mente estou abanando a minha cabeça negativamente. Receio que o homem volte, receio a noite, receio a tempestade que não cessa, mas não tenho escolha. O resto da noite é ainda mais atarefada, mas a clientela se vai toda embora antes das 11:30 p.m. Ouço o ultimo tilintar do pequeno sino tocar e me sento em cima do balcão suspirando alto. Acabou, por hoje. Olho para o relógio, são 11:55 p.m., sinto um arrepio que me corrompe ate aos ossos. Fixo minha visão no vidro em que o homem estava plantado me olhando. Quando sinto meu coração acelerar de medo da lembrança viro minhas pernas e em vês de ficar virada para a porta fico olhando os bolos de Mary polvilhados com açúcares de todas as cores, enchidos com geleias deliciosas, cobertos com cremes colocados perfeitamente em espiral. De alguma forma a imagem enche meu coração com uma pequena porção de alegria.
Estou pronta para saltar do balcão e ir para casa quando ouço a sineta.
- Uma empregada não devia estar aí sentada no horário de trabalho.- Ouço uma voz grave, tão grave que me enche de arrepios.
Meu coração gela… e de alguma forma… eu sei que é ele.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Fade Into Darkness - Sinopse


No canto do meu quarto, encolhida, ouvia os barulhos avassaladores no andar de baixo. 
Ouvia as chicotadas que ele lhe dava, os nomes horrendos que ele lhe chamava. Estava rezando para que nao viesse ao meu quarto. Já algum tempo que ele nao me vinha "visitar". 
Segundos se passaram quando uns pés pesados subiram as escadas com certeza em direcçao ao meu quarto. Acordei do transe e tentei correr para debaixo da cama mas sua mao agarrou meu pe e me puxou. 

Heart Strings - Sinopse



Vida complicada, em busca constante de esconderijo,fugindo do que os persegue como dois bichos assustados. Ela e ele, irmão e irmã, lutando para a sobrevivência apenas pela sobrevivência. Sem uma vida a que possam chamar de vida, com um futuro indefinido. 
E mesmo com essa vida atribulada, ele aparece. 
Assustador, calculista, instável, cheio de intenções tudo menos boas e a primeira coisa que faz é confundir e virar ao contrário a vida já destruída desta rapariga. E o mais espantoso disso tudo é o amor que cresce entre eles. Ele não esta interessado no seu passado, esta apenas preocupado em dar cabo de um futuro muito seu. Ela aprende a amar o jeito que a amedronta a cada segundo que passa com ele. 
Um par tão diferente mas ao mesmo tempo tão igual. Um par de corações interligados.